Estudo Textual: Gálatas 1:1 - 2:10
Não Sigam Outro Evangelho
Não sigam outro evangelho (1:1-9).
Paulo começa a sua carta às igrejas da Galácia abordando a questão de
autoridade. Sua própria autoridade como apóstolo veio diretamente de Jesus
(1:1). A autoridade de Jesus era a autoridade de Deus, que foi provada na
ressurreição (1:1; veja Mateus 28:18 e Atos 17:30-31). O evangelho que Paulo
pregou falou sobre a graça de Cristo, que se entregou pelos nossos pecados
“para nos desarraigar deste mundo perverso” (1:4).
Contudo, alguns perturbavam os gálatas,
pregando “outro evangelho” (1:6). De fato, não existe outro evangelho, mas
estes estavam pervertendo “o evangelho de Cristo” (1:7). Perverter o evangelho
quer dizer acrescentar (ou diminuir) sem a autori-dade de Cristo. Paulo disse
que qualquer pessoa que “vos pregue evangelho que vá além daquele que
recebestes, seja anátema” — mesmo se for um apóstolo ou um anjo do céu (1:8-9)!
“Anátema” quer dizer “separado para ser destruído”. Qualquer pessoa que não
ensina o evangelho que Cristo entregou não tem a autoridade de Cristo e será
destruída (veja 2 João 9).
A fonte do evangelho (1:10-24). Paulo
afirmou enfaticamente que o evangelho que ele ensinava não veio do homem.
Primeiro, se viesse dos homens, seria mais agradável a eles. Mas, Paulo está
sendo perseguido por seu evangelho, até pelos próprios gálatas! (Veja 4:16 e
5:11). Está sendo perseguido porque ele procura agradar a Cristo, não ao homem
(1:10; veja Mateus 6:24).
Quando Paulo recebeu o evangelho de
Cristo (1:11-12), ele não foi para Jerusalém para ser instruído pelos outros
apóstolos. Antes, ele foi diretamente para Arábia e Damasco, pregando o
evangelho que tinha recebido (1:15-17; veja Atos 9:1-22). Três anos passaram
antes de Paulo encontrar os apóstolos em Jerusalém (1:18). Os irmãos na Judéia
não o conheciam, mas apenas ouviram que ele estava pregando a mesma fé que
anteriormente tentava destruir (1:22-23). O ponto dele é este: sem conhecer os
outros, como ele poderia ter recebido o evangelho deles?
Paulo perante os falsos mestres (2:1-10). Quando Paulo voltou a Jerusalém 14 anos mais tarde, ele comunicou aos líderes da igreja o evangelho que ele havia pregado entre os gentios (2:1-2). Ele viajava com um gentio chamado Tito. Alguns “falsos irmãos” tentaram convencê-lo a ser circuncidado. Mas Paulo não se submeteu a eles por “nem uma hora” quando queriam avançar seu acréscimo (e perversão) do evangelho, “para que a verdade do evangelho permanecesse” (2:3-5).
Paulo perante os falsos mestres (2:1-10). Quando Paulo voltou a Jerusalém 14 anos mais tarde, ele comunicou aos líderes da igreja o evangelho que ele havia pregado entre os gentios (2:1-2). Ele viajava com um gentio chamado Tito. Alguns “falsos irmãos” tentaram convencê-lo a ser circuncidado. Mas Paulo não se submeteu a eles por “nem uma hora” quando queriam avançar seu acréscimo (e perversão) do evangelho, “para que a verdade do evangelho permanecesse” (2:3-5).
Quando Tiago, Cefas e João viram que
Deus estava trabalhando em Paulo como também trabalhava em Pedro, eles lhe
ofereceram “a destra de comunhão”, aceitando-o porque Deus o havia aceitado
(2:6-9). Eles reconheceram que a sua glória era de Cristo, e eles não pediram
que ele mudasse algum ensinamento. Pediram apenas que ele lembrasse dos pobres,
como já o fazia (2:10).
- por Carl Ballard
Estudo Textual: Gálatas 2:11 - 3:5
A Justificação Vem pela Fé
O erro de Pedro (2:11-21). Quando o apóstolo
Pedro (Cefas, veja João 1:41-42) visitou Antioquia, Paulo viu que ele não
praticava a mesma coisa que pregava (2:11-14). Até o fiel Barnabé (veja Atos
11:22-24) começou a praticar erro devido ao mau exemplo de Pedro (2:13). Se
esses homens erraram, pessoas honestas podem errar em questões de fé hoje em
dia.
Pedro errou porque temia “os
da circuncisão”. O foco dele estava em homens e não em Deus. Deus
revelou o evangelho e nos julgará por ele (João 12:47-49). Muitas pessoas
praticam erro porque querem agradar seus cônjuges, pais, amigos ou pastores ao
invés de focalizar Deus e sua palavra (1:10; veja Mateus 10:28).
Os judeus procuraram ser justificados
por Deus devido às suas obras da lei (o Velho Testamento). Mas o evangelho de
Cristo revela que homens não são justificados por obras da lei, e sim pela fé
em Cristo Jesus (2:16). Enquanto Pedro tinha sido justificado pela fé em
Cristo, ele voltou à prática da lei como se a sua justificação pela fé não
fosse suficiente. Muitos hoje que alegam ter fé em Cristo caem no mesmo erro de
Pedro: guardando o sábado, pagando o dízimo, procurando intercessão de
sacerdotes e praticando outras obras baseadas na justiça da lei. Mas voltando à
lei nega a graça de Cristo, e invalida a morte dele (2:21).
Obras da lei podem justificar uma
pessoa somente se ela guardar perfeitamente toda a lei (veja Tiago 2:10).
Cristo morreu porque todos são pecadores —tanto judeus como gentios. Todos têm
desobedecido a lei de Deus (2:17; veja Romanos 3:23). Aquele que foi
justificado pela fé em Cristo tem morrido para a lei, “a fim de
viver para Deus” (2:19). Morrer relativamente à lei não quer dizer
viver sem lei (veja 1 Coríntios 9:19-21). Antes, quer dizer fazer as obras de
Deus (Efésios 2:10) como pessoa justificada, não como pessoa que procura se
justificar pelas suas próprias obras. Viver pela fé exige uma vida de
sacrifícios diários, para que possamos nos entregar àquele que nos justificou
(2:19-20; veja Romanos 12:1-2).
Obras da lei ou pregação da fé?
(3:1-5). Os gálatas haviam sido justificados pela fé em Cristo Jesus sem
saber nada sobre a lei de Moisés. Seria tolice para eles voltarem a uma lei que
não justifica, uma vez que já foram justificados em Cristo (3:1).
Os gálatas haviam recebido o Espírito
Santo como a confirmação do evangelho (3:2; veja Marcos 16:15-20; 2 Coríntios
12:12; Hebreus 2:4). Se Deus lhes tinha confirmado o evangelho pelo Espírito,
como é que eles procuraram o aperfeiçoamento através de leis que pertencem à
carne: circuncisão, restrições sobre alimentos, etc. (3:3-5)?
Muitos, hoje em dia, ainda procuram a
perfeição por meios carnais, impondo regras baseadas no Velho Testamento. Mas,
a justificação vem somente pela fé em Cristo e obediência ao evangelho dele
(veja Colossenses 2:20-23; 2 João 9).
por Carl Ballard
Estudo Textual: Gálatas 3:6-29
Até Que Viesse o Cristo
Recipientes da promessa (3:6-18). No livro de Gênesis,
Deus fez várias promessas a Abraão (Gênesis 12:1-3). Quando Deus confirmou
essas promessas, Abraão "creu em Deus, e isso lhe foi imputado
para justiça" (3:6; Gênesis 15:6). Dessa forma percebemos que
Abraão não foi justificado por guardar perfeitamente as obras da lei, e sim
pela fé nas promessas de Deus (3:10-12). Mas, a promessa de bênção não foi
limitada a Abraão: "Em ti, serão abençoados todos os povos" (3:8).
Deus fez a aliança para abençoar as nações com Abraão e seu descendente, o Cristo (3:16). Foi confirmada pela promessa, que Abraão aceitou (3:17,6). A lei, que entrou em vigor 430 anos depois, não anulou a promessa já dada gratuitamente a Abraão. Junto com Abraão, todos que vivem pela fé nas promessas de Deus herdam a bênção que foi prometida em Cristo muito tempo antes de existir a lei (3:9,14,18).
O propósito da lei (3:19-25). Embora a promessa de bênção já tinha sido dada, a lei foi necessária por dois motivos:
"por causa das transgressões" (3:19). A lei foi dada a Israel quando saiu do Egito, para que fosse uma nação santa, diferente das outras ao seu redor (Êxodo 19:1-6). A lei trouxe conhecimento do pecado e castigo pelo pecado para que o pecado pudesse ser evitado (veja Romanos 3:19-20; 5:13; 7:7).
Deus fez a aliança para abençoar as nações com Abraão e seu descendente, o Cristo (3:16). Foi confirmada pela promessa, que Abraão aceitou (3:17,6). A lei, que entrou em vigor 430 anos depois, não anulou a promessa já dada gratuitamente a Abraão. Junto com Abraão, todos que vivem pela fé nas promessas de Deus herdam a bênção que foi prometida em Cristo muito tempo antes de existir a lei (3:9,14,18).
O propósito da lei (3:19-25). Embora a promessa de bênção já tinha sido dada, a lei foi necessária por dois motivos:
"por causa das transgressões" (3:19). A lei foi dada a Israel quando saiu do Egito, para que fosse uma nação santa, diferente das outras ao seu redor (Êxodo 19:1-6). A lei trouxe conhecimento do pecado e castigo pelo pecado para que o pecado pudesse ser evitado (veja Romanos 3:19-20; 5:13; 7:7).
"para nos conduzir a Cristo"
(3:24). Uma vez que alguém transgrediu a lei, ele foi condenado porque a
lei não trouxe perdão pelo pecado (3:10,21-22). Nos sacrifícios de animais, a
lei serviu como sombra do perdão pelo pecado que seria realizado no perfeito
sacrifício de Cristo (veja Hebreus 9:1 - 10:18). Assim, a lei foi dada para
proteger contra o pecado "até que viesse o descendente a quem se fez a
promessa", Cristo (3:16,19-23). A lei foi feita para guiar, não para salvar.
Mesmo na época da lei, a salvação foi dada somente através do futuro sacrifício
de Cristo (Hebreus 9:15).
A importância desses fatos é isto: se a
lei foi dada até a vinda de Cristo, então, uma vez que ele veio, a lei não está
mais em vigor (3:24-25).
Filhos e herdeiros mediante a fé (3:26-29). Uma vez que a lei não está mais em vigor, nós devemos nos tornar filhos de Deus da mesma maneira que Abraão o fez, pela fé na promessa do Cristo (3:7,26). Os filhos de Deus pela fé são aqueles que se revestiram de Cristo no batismo — uma resposta de fé (veja 1 Pedro 3:21) — e que, por isso, se uniram a ele como "herdeiros segundo a promessa" (3:27-29).
Filhos e herdeiros mediante a fé (3:26-29). Uma vez que a lei não está mais em vigor, nós devemos nos tornar filhos de Deus da mesma maneira que Abraão o fez, pela fé na promessa do Cristo (3:7,26). Os filhos de Deus pela fé são aqueles que se revestiram de Cristo no batismo — uma resposta de fé (veja 1 Pedro 3:21) — e que, por isso, se uniram a ele como "herdeiros segundo a promessa" (3:27-29).
-por Carl Ballard
Estudo Textual: Gálatas 4:1-31
Na Plenitude do Tempo
Continuando a discussão da herança que
vem pela fé e não pela lei (veja capítulo 3), Paulo utiliza duas ilustrações
para esclarecer seu ponto:
1ª Ilustração: Herdeiro X Escravo (4:1-11). O herdeiro, um dia, será senhor da casa. Não obstante, enquanto é menor ele não tem nenhum direito mais do que os escravos (4:1). Até que alcance uma idade determinada pelo pai, ele continua sob a supervisão de tutores e curadores (4:2). Contanto, chegando à maior idade, ele recebe todos os seus direitos como herdeiro.
Em termos espirituais, tanto judeus como gentios eram menores na casa de Deus, sem direitos à herança (4:3). Mas, Deus determinou que o tempo da maior idade para ambos chegaria em Cristo (4:4-5). Em Cristo, os dois se tornam filhos e herdeiros, com todos os devidos benefícios (4:6-7).
Como menores sem Cristo, tanto judeus como gentios estavam "sujeitos aos rudimentos do mundo" (4:3). Os gentios estavam sujeitos aos falsos deuses (4:8). Os judeus estavam sujeitos a uma lei física (4:10). Porém, em Cristo, ambos são "conhecidos por Deus", reconhecidos como os verdadeiros herdeiros. Voltando à idolatria ou à lei de Moisés seria voltar à escravidão e perder a herança (4:9,11).
"Inimigo, por vos dizer a verdade?" (4:12-20). Paulo pediu que eles seguissem o seu exemplo (4:12). Ele deixou para trás tudo que ele era como judeu para adquirir as riquezas de Cristo (veja Filipenses 3:2-11). Do mesmo modo, esses judeus e gentios precisam deixar tudo para ganhar a herança em Cristo.
Paulo ficou admirado que aqueles que o aceitou quando ele pregou no início (4:13-15) agora o rejeitaram por causa da verdade (4:16). Infelizmente, muitos recebem a palavra de Deus com prontidão até que a verdade pise nas suas tradições. Devemos ser zelosos pelo bem (4:18), custe o que custar, e prontos para aceitar a verdade de Deus, mesmo se ela contradiz tudo que sempre acreditávamos.
2ª Ilustração: As duas alianças (4:21-31). Para entender melhor este trecho, veja Gênesis capítulos 16, 20 e 21. A segunda ilustração é uma forte imagem baseada na história de Isaque e Ismael. Ismael foi o filho de Abraão pela serva Agar, "segundo a carne", ou seja, através de meios perfeitamente naturais. Isaque, porém, foi o filho de Abraão e sua esposa, Sara, que já tinha passado a idade para ter filhos. O nascimento de Isaque não foi um acontecimento natural, e sim o cumpri-mento da promessa de Deus (4:21-23).
Paulo diz que isso é uma alegoria da nossa situação atual em Cristo. Agar representa todos que são filhos de Abraão segundo a carne —aqueles que nasceram em Israel. Estes são os escravos sob a lei (4:24-25). Mas Sára representa todos que são filhos de Abraão segundo a promessa —segundo a fé em Cristo (veja 3:26-27). Estes são os herdeiros, "filhos da promessa, como Isaque" (4:26-28). A Escritura diz que estes da promessa receberão a herança, e aqueles da carne serão lançados fora (4:30).
1ª Ilustração: Herdeiro X Escravo (4:1-11). O herdeiro, um dia, será senhor da casa. Não obstante, enquanto é menor ele não tem nenhum direito mais do que os escravos (4:1). Até que alcance uma idade determinada pelo pai, ele continua sob a supervisão de tutores e curadores (4:2). Contanto, chegando à maior idade, ele recebe todos os seus direitos como herdeiro.
Em termos espirituais, tanto judeus como gentios eram menores na casa de Deus, sem direitos à herança (4:3). Mas, Deus determinou que o tempo da maior idade para ambos chegaria em Cristo (4:4-5). Em Cristo, os dois se tornam filhos e herdeiros, com todos os devidos benefícios (4:6-7).
Como menores sem Cristo, tanto judeus como gentios estavam "sujeitos aos rudimentos do mundo" (4:3). Os gentios estavam sujeitos aos falsos deuses (4:8). Os judeus estavam sujeitos a uma lei física (4:10). Porém, em Cristo, ambos são "conhecidos por Deus", reconhecidos como os verdadeiros herdeiros. Voltando à idolatria ou à lei de Moisés seria voltar à escravidão e perder a herança (4:9,11).
"Inimigo, por vos dizer a verdade?" (4:12-20). Paulo pediu que eles seguissem o seu exemplo (4:12). Ele deixou para trás tudo que ele era como judeu para adquirir as riquezas de Cristo (veja Filipenses 3:2-11). Do mesmo modo, esses judeus e gentios precisam deixar tudo para ganhar a herança em Cristo.
Paulo ficou admirado que aqueles que o aceitou quando ele pregou no início (4:13-15) agora o rejeitaram por causa da verdade (4:16). Infelizmente, muitos recebem a palavra de Deus com prontidão até que a verdade pise nas suas tradições. Devemos ser zelosos pelo bem (4:18), custe o que custar, e prontos para aceitar a verdade de Deus, mesmo se ela contradiz tudo que sempre acreditávamos.
2ª Ilustração: As duas alianças (4:21-31). Para entender melhor este trecho, veja Gênesis capítulos 16, 20 e 21. A segunda ilustração é uma forte imagem baseada na história de Isaque e Ismael. Ismael foi o filho de Abraão pela serva Agar, "segundo a carne", ou seja, através de meios perfeitamente naturais. Isaque, porém, foi o filho de Abraão e sua esposa, Sara, que já tinha passado a idade para ter filhos. O nascimento de Isaque não foi um acontecimento natural, e sim o cumpri-mento da promessa de Deus (4:21-23).
Paulo diz que isso é uma alegoria da nossa situação atual em Cristo. Agar representa todos que são filhos de Abraão segundo a carne —aqueles que nasceram em Israel. Estes são os escravos sob a lei (4:24-25). Mas Sára representa todos que são filhos de Abraão segundo a promessa —segundo a fé em Cristo (veja 3:26-27). Estes são os herdeiros, "filhos da promessa, como Isaque" (4:26-28). A Escritura diz que estes da promessa receberão a herança, e aqueles da carne serão lançados fora (4:30).
-por Carl Ballard
Estudo Textual: Gálatas 5:1-26
Permanecei Firmes em Cristo
Paulo começou defendendo o evangelho e
o seu próprio apostolado (capítulos 1 e 2). Então, ele ensinou que a
justificação do pecado vem pela fé no evangelho, e não por guardar a lei de
Moisés (capítulos 3 e 4). Agora, tendo apresentado o argumento que o cristão
nasce à liberdade em Cristo e não à escravidão (4:21-31), ele encerra a carta
com aplicações práticas da liberdade cristã (capítulos 5 e 6).
Liberdade em Cristo (5:1-12). Cristo libertou esses
discípulos do rigor da lei mosaica, mas ainda corriam risco de voltar à
escravidão (5:1). Paulo lhes avisou que, se eles se submetessem à lei
(especificamente à circuncisão), não aproveitariam Cristo (5:2). Há dois
motivos para isso. Primeiro, a pessoa é justificada pela lei somente se ela
guardar “toda a lei” (5:3; veja Tiago 2:10). A
circuncisão é o primeiro passo de uma lei que precisaria ser guardada inteiramente.
Segundo, procurando a justificação pela lei nega a graça de Deus no sacrifício
de Cristo (5:4-5). Cristo derramou seu sangue para a remissão dos pecados (veja
Mateus 26:28 e Hebreus 9:11-15). As pessoas que respondem a esse sacrifício
com fé ativa e amorosa são justificadas (5:5-6). Aqueles que procuram remissão
dos pecados através de obras da lei decaem da graça (5:4).
Embora esses começaram na liberdade,
estavam sendo impedidos de continuarem na verdade (5:7). Paulo os chamou na
verdade, mas outros mudaram a mensagem (5:8). Mudando o evangelho sempre
impede, ao invés de ajudar. Doutrinas falsas têm efeitos duradouros, e aqueles
que as divulgam receberão punição justa (5:9-10; Tiago 3:1). Aqueles que
ensinam que os cristãos precisam guardar alguma parte da lei de Moisés
hoje “incitam à rebeldia” contra o evangelho de Deus
(5:11-12).
Liberdade exige serviço
(5:13-15). Embora há liberdade, em Cristo, da lei de Moisés, essa liberdade não
quer dizer que estamos sem lei (veja 1 Coríntios 9:20-21; Tiago 1:22-25). A
vida do cristão é uma de serviço ao Senhor e aos outros: a fé “atua
pelo amor” (5:6,13). Esses irmãos foram divididos pelo ensinamento
falso no meio deles e estavam atacando ao invés de servir um ao outro (5:15).
No seu “zelo” pela lei, já estavam negligenciando a lei em que esperavam a
salvação (5:14).
Andai no Espírito (5:16-26). O Espírito e a carne
são inimigos naturais (5:17). Andando no Espírito excluirá, naturalmente,
andando na carne (5:16). No contexto, andar no Espírito é a mesma coisa de
ser “guiados pelo Espírito”. Não é alguma experiência
mística no Espírito Santo, e sim, o andar claramente delineado em contraste com
o andar da carne. Aqueles que continuam nas “obras da carne” (5:19-21)
não são guiados pelo Espírito de Deus, e “não herdarão o reino de
Deus” (5:21). Por outro lado, aqueles que cultivam “o
fruto do Espírito” (5:22-23) não recebem nenhuma condenação pela
lei; são justificados (5:23). O cristão cultiva fruto espiritual porque ele se
crucifica com Cristo e vive como um ressurreto, no Espírito e não na carne
(5:24-25; veja Romanos 6:1-14; Colossenses 2:11-12). Aquele que não crucificou
a si mesmo ainda faz as obras da carne, tentando se exaltar por meios carnais
(5:26).
-por Carl Ballard
Estudo Textual: Gálatas 6:1-18
Levai as Cargas Uns dos Outros
Ensinamento falso estava causando
divisão entre os discípulos na Galácia. Estavam atacando um ao outro (5:15) e
invejosamente se exaltando uns sobre os outros (5:26), ao invés de trabalhar
juntos para superar batalhas espirituais. Mas, na guerra contra o pecado,
precisamos da ajuda um do outro para encorajamento e força. Em Gálatas 6, Paulo
continua com as aplicações práticas na vida cristã, exortando os irmãos a
ajudarem um ao outro.
Levar as cargas dos irmãos
(6:1-10). Se um irmão cair no pecado, outro que "anda no Espírito" (veja
5:16,22-26) tem a responsabilidade de corrigi-lo, evitando que aquele esteja
sobrecarregado pelo erro (6:1; veja Tiago 5:19-20; Judas 22-23). Ajudando o
outro a superar o pecado mostra o amor que cumpre tanto a lei de Moisés como a
de Cristo (6:2; veja 5:14).
A pessoa de mente carnal, porém, não
ajuda o irmão caído, pois vê a oportunidade para se julgar superior (6:3; veja
Lucas 18:9-14). Paulo avisa que tal auto-julgamento comparativo é vão, porque
cada um será julgado individualmente de acordo com seu próprio desempenho nos
seus deveres (6:4-5; veja 2 Coríntios 5:10). Ironicamente, aquele que não ajuda
o irmão caído a ficar em pé já se julga como irresponsável.
Em termos mais gerais, o cristão tem o
dever perante Deus para fazer o bem para seus irmãos. O servo de Deus tem
responsabilidade de compartilhar "todas as coisas
boas" com aquele que se dedica ao ensinamento da palavra de
Deus (6:6).
Com Deus, o que uma pessoa semeia é o
que ela ceifará (6:7). A pessoa que desperdiça seus recursos satisfazendo
desejos carnais receberá somente a herança da carne: a corrupção. Porém, aquele
que usa seus recursos para o crescimento espiritual receberá a recompensa do
espírito: a vida eterna (6:8-9).
O cristão tem a responsabilidade de
usar todos os seus recursos (espirituais, financeiros e outros) de um modo que
agrada a Deus. A responsabilidade individual de fazer "o bem a
todos" (6:10) incluirá ajuda ao irmão caído (6:1), apoio a um
pregador do evangelho (6:6) ou dar ajuda a qualquer um que precisa.
O Israel de Deus (6:11-18). Aqueles na Galácia
que exigiam a circuncisão para a salvação não estavam realmente interes-sados
em ajudar as pessoas ensinadas, nem em guardar eles mesmos a lei de Moisés.
Eles queriam evitar a perseguição pelos judeus (6:12-13; veja 2:11-14;
5:3,14-15). Eles se gloriaram na carne dos seus "convertidos", e não
na cruz de Cristo (6:13-14). Muitos hoje ainda gloriam na carne dos seus
convertidos, usando um evangelho carnal para atrair grandes números de pessoas,
ao invés de ensinar a verdade de Cristo e sofrer a perseguição da cruz (6:14; 2
Timóteo 3:12-13). A verdadeira conversão vem, não por meios carnais, e sim na
circuncisão do coração, para se tornar uma nova criatura (6:15; veja
Colossenses 2:11-15). O "Israel de Deus" são
aqueles que andam segundo esta nova criação em Cristo. Estes não levam as
marcas da circuncisão na sua carne, e sim as marcas de Jesus numa vida
transformada (6:16-17; veja 5:22-25; Romanos 2:28-29).
-por Carl Ballard
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